Inexplicavelmente, surge uma dor na mão. O incômodo faz com que o braço pare de mexer e, em pouco tempo, o ombro perde a função. A pessoa já não consegue executar as tarefas domésticas nem dormir direito. Logo precisa se afastar do trabalho e abandona a atividade física que mais gosta. Como está sempre triste e de mau humor, não quer mais sair de casa. Não é raro ouvir esse tipo de relato de pacientes que sofrem com dores crônicas.
A dor é um importante mecanismo de defesa do organismo, pois, na maioria dos casos, sinaliza que algo não está funcionando bem. Quando dura de três a seis meses e tem uma causa definida, é classificada como aguda. “Só que a dor pode perder a função e começa a estar ali sem você precisar dela. Passa a ser um transtorno”, alerta a anestesista Renata da Cunha Ribeiro. É o que caracteriza a dor crônica. Ela dura mais de seis meses e, como não está associada a um trauma, é difícil explicar de onde veio.
De acordo com a médica, os pacientes com dor crônica que a procuram já passaram por vários especialistas e continuam sem diagnóstico. “São pessoas que perdem a esperança e se sentem até frustradas. Elas chegam ao consultório com aquele tanto de exames e nenhum deles explica o que está sentindo”, comenta. Renata conta que conversa com o paciente, faz exame físico, e se houver necessidade, solicita avaliação de outro especialista: aciona fisioterapeuta, acupunturista, psicólogo ou psiquiatra.
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